Se você atua em um negócio digital, existe uma pergunta que precisa ser feita com urgência: quantas decisões a sua empresa está tomando sem ouvir o usuário?
Ignorar esse dado invisível custa caro — e não estamos falando só de dinheiro.
Funcionalidades pouco usadas, interfaces confusas, jornadas que não convertem… Tudo isso consome tempo, esforço e investimento. E o pior: afasta seu produto do sucesso.
A boa notícia é que dá pra virar esse jogo.
Empresas que adotam a pesquisa com usuários como parte da estratégia conseguem evitar desperdícios, identificar oportunidades reais e crescer com mais eficiência e, segundo dados da McKinsey & Compan, chegam a crescer até 3 vezes mais do que seus concorrentes.
Neste artigo, você vai entender por que a UX Research é uma das práticas mais inteligentes para reduzir custos, tomar decisões melhores e maximizar os resultados do seu negócio.
E vai perceber que talvez o que falta no seu produto não é uma nova funcionalidade, e sim escutar melhor quem está usando.
O que é pesquisa com usuários e por que ela é essencial para o sucesso do seu negócio?
Pesquisa com usuários (UX Research) é o processo de entender, com profundidade, quem são seus clientes, o que eles precisam, como se comportam e quais dores enfrentam ao interagir com seus produtos ou serviços.o. E mais do que opiniões, o que se busca aqui são evidências: dados reais que ajudam a tomar decisões melhores e evitar suposições perigosas.
Seja por meio de entrevistas, testes de usabilidade, grupos focais ou dados analíticos, o UX Research fornece insumos concretos que orientam desde a concepção de um produto até suas melhorias contínuas. E isso impacta diretamente nos resultados de negócio.
A pesquisa com usuários não é uma etapa de validação, mas sim uma das ferramentas mais poderosas para direcionar o desenvolvimento, eliminar desperdícios e acelerar resultados.
Empresas que colocam o cliente no centro da estratégia, segundo a McKinsey, alcançam ganhos operacionais significativos, com economia de até 50% na base de custos e aumento de receita impulsionado pela eficiência e agilidade na tomada de decisão.
Quer um exemplo prático? A ClickBus, ao focar em melhorar a experiência no mobile, viu os resultados saltarem:
- +11% na taxa de conversão
- –58% na taxa de rejeição
- +15% nas vendas de passagens no site móvel
Isso tudo a partir de mudanças baseadas no comportamento real dos usuários.
Ou seja: pesquisa com usuários não é sobre estética ou preferência — é sobre performance. É sobre entregar valor de forma contínua, com menos achismo, menos retrabalho e muito mais foco em resultados concretos.
Decifrando o comportamento do cliente para estratégias de negócios vencedoras
Toda empresa deseja tomar decisões mais inteligentes, desenvolver produtos que gerem valor e crescer com mais consistência. Mas para isso acontecer, é preciso responder perguntas difíceis:
- Quem é meu cliente de verdade?
- O que ele valoriza?
- Onde ele sente frustração?
- Por que ele abandona a jornada?
E principalmente: o que meu produto precisa oferecer para ser indispensável na vida dele?
A pesquisa com usuários (UX Research) é o caminho mais direto para responder essas perguntas com base em dados reais — não em achismos. Ela se diferencia das pesquisas de mercado tradicionais porque não foca apenas em volume, opinião ou intenção. Vai além, mergulhando nos comportamentos, emoções, barreiras e motivações que definem a relação do usuário com o seu produto.
Enquanto uma pesquisa de mercado pode te dizer o que as pessoas querem, a pesquisa com usuários te mostra por que elas se comportam de determinada forma — e como sua solução pode de fato resolver o problema.
Entendendo o que realmente importa
Por meio de métodos como entrevistas, testes de usabilidade e mapeamento de jornada, o UX Research revela informações que alimentam diretamente as decisões de negócio:
- Usuários-alvo: quem são, o que fazem, como vivem e o que esperam.
- Necessidades e objetivos: o que eles querem alcançar e o que esperam do seu produto.
- Pontos problemáticos: onde estão as frustrações, obstáculos e desistências.
- Fluxos de interação: como eles navegam, decidem e agem dentro da jornada.
- Emoções envolvidas: o que gera confiança, atrito ou encantamento.
Esses dados permitem priorizar funcionalidades, desenhar jornadas mais eficientes, ajustar mensagens de marketing e até repensar modelos de negócio. E é aí que o UX deixa de ser só design — e vira estratégia.
O mapa que traduz o comportamento em vantagem competitiva

A IBM criou um infográfico que ilustra de forma detalhada como esse processo afeta diferentes dimensões da operação de uma empresa:
- No produto, ao identificar funcionalidades prioritárias;
- Na tecnologia, ao alinhar sistemas à realidade de uso;
- No marketing, ao adaptar a linguagem ao vocabulário do cliente;
- Na operação, ao eliminar fricções que geram custos invisíveis.
Essa abordagem amplia o entendimento do comportamento do cliente, conecta áreas da empresa e transforma a pesquisa com usuários em um ativo estratégico. É como ter um mapa detalhado do que realmente faz o seu cliente ficar — ou sair.
Mais do que entender onde seu usuário clica, a pesquisa com usuários permite entender por que ele não volta. É isso que transforma insights em vantagem competitiva. Segundo a UserTesting, 81% dos CEOs afirmam que a pesquisa com usuários tornou suas empresas mais eficientes, e 86% acreditam que ela melhorou a qualidade dos produtos e serviços oferecidos.
Com esse nível de entendimento, times de produto, marketing e liderança conseguem responder a perguntas-chave para o negócio:
- O que está impedindo o cliente de converter?
- Como simplificar uma jornada que hoje gera atrito?
- Qual funcionalidade tem real valor percebido?
- Onde estamos desperdiçando tempo, dinheiro e energia?
Ao responder perguntas assim, a UX Research reduz incertezas, embasa decisões e alinha prioridades. É o tipo de informação que ajuda negócios a evoluir com clareza, rapidez e consistência — sem perder tempo no escuro.
Os benefícios da pesquisa com usuários nos resultados do seu negócio
Investir em pesquisa com usuários é muito mais do que uma boa prática de design — é uma alavanca real de resultado para empresas que querem crescer com consistência e reduzir riscos de forma inteligente.
De acordo com um estudo da McKinsey & Company, companhias que adotam práticas estruturadas de UX Research conseguem alcançar:
- Aumento de 15% a 20% nas taxas de conversão
- Redução de até 50% nos custos de atendimento
- Melhoria de até 20% na satisfação do cliente
Esses números ganham ainda mais força quando consideramos que um cliente satisfeito custa menos para manter e tende a gastar mais ao longo do tempo e uma boa experiência do usuário pode gerar um retorno de até 100 vezes o valor investido.
A pesquisa com usuários gera resultados consistentes porque parte de um princípio simples e poderoso: entender como as pessoas realmente pensam, sentem e se comportam ao interagir com o seu produto. Com esse entendimento, a empresa deixa de apostar no escuro e passa a tomar decisões com mais precisão — e menos desperdício.
Veja como isso se traduz na prática:
Redução de custos operacionais
Ao descobrir cedo o que causa confusão, frustração ou retrabalho, a empresa consegue corrigir esses pontos ainda na fase de prototipação — quando mudar é barato. A UX Research evita que problemas cheguem à produção, onde os custos para consertar são até 100 vezes maiores. Isso reduz o volume de chamados no suporte, a necessidade de refações e o gasto com manutenções emergenciais.
➡️ Empresas que investem em UX podem economizar até 50% nos custos totais de manutenção.
Melhoria na qualidade de produtos e serviços
Quando você entende as expectativas do usuário, é possível criar experiências mais completas, intuitivas e relevantes. A UX Research fornece insumos para refinar desde os fluxos até os detalhes de microinterações, alinhando a entrega real àquilo que o cliente espera.
Isso reduz o atrito e melhora a percepção de valor, impactando diretamente a avaliação do produto.
Aumento da satisfação e retenção de clientes
Experiências que resolvem problemas reais e entregam valor de forma simples criam vínculos mais duradouros. Quando o cliente se sente compreendido, ele volta. A pesquisa com usuários permite mapear os principais pontos de dor e corrigi-los de forma intencional, antes que virem motivos de churn.
Melhoria nas taxas de conversão
Ao remover barreiras escondidas na jornada, você facilita a tomada de decisão. A UX Research revela onde os usuários travam, seja por excesso de etapas, linguagem confusa, formulários desnecessários ou falta de confiança. Com esse diagnóstico, é possível reestruturar fluxos e páginas para guiar o usuário até a ação esperada com mais clareza e fluidez.
➡️ Empresas que aplicam UX Research observam aumentos expressivos nas conversões — tanto em vendas quanto em cadastros e engajamento.
Vantagem competitiva no mercado
Quando sua empresa conhece melhor o cliente do que os concorrentes, ela entrega soluções mais aderentes, se adapta mais rápido às mudanças e constrói experiências que fidelizam. A pesquisa contínua com usuários permite antecipar necessidades e inovar com mais precisão, tornando sua marca mais relevante e difícil de substituir.
Exemplos de líderes de mercado:
- O Airbnb desenvolveu guias de check-in personalizados ao observar dificuldades reais dos usuários.
- O Google for Education adaptou o Google Meet a partir de entrevistas com professores durante a pandemia.
- O Spotify manteve uma funcionalidade baseada no valor percebido pelo usuário, mesmo sem dados quantitativos definitivos — e aumentou o engajamento.
Essas empresas não estão apenas iterando designs — estão moldando estratégias com base em comportamento real.
Case real: como a Tuia ajudou o Martins a transformar escuta em estratégia
O Martins Atacadista — o maior atacado distribuidor marketplace do Brasil — enfrentava um desafio: melhorar a usabilidade e aceitação de seus produtos digitais. A Tuia foi chamada para estruturar um processo de pesquisa contínua com usuários, com aplicação de testes e entrevistas mensais em diferentes estágios dos produtos.
Em dois anos de parceria:
- Foram entrevistados mais de 400 clientes, entre usuários internos e externos;
- Realizados 20 testes mensais, com foco em diferentes funcionalidades e fluxos;
- Criado um backlog de melhorias baseado em dados reais de uso;
- Implantada uma cultura de pesquisa dentro da empresa.
Segundo Eduardo Pimentel, Head de Transformação Digital e Inovação do grupo:
“A parceria com a Tuia nos trouxe uma profissionalização em pesquisa. Saímos do contexto subjetivo e pessoal de melhoria de UX para um mindset de tomada de decisão baseada em dados — e 100% focado no cliente final.”
Esse é o tipo de impacto possível quando a pesquisa com usuários se torna parte da estratégia — não só para evitar erros, mas para construir produtos melhores com consistência.
Como a pesquisa com usuários otimiza o desenvolvimento de produtos
Em mercados altamente competitivos, lançar um bom produto não é mais suficiente — ele precisa ser desejado, intuitivo, útil e, acima de tudo, relevante. Mas como criar algo assim sem entender profundamente quem está do outro lado da tela?
A pesquisa com usuários responde exatamente a essa pergunta.
Mais do que uma etapa do design, ela é uma prática estratégica que atua em todas as fases do desenvolvimento, da concepção à evolução do produto, permitindo que as empresas tomem decisões mais acertadas, reduzam desperdícios e acelerem resultados com mais segurança.
Vamos explorar como isso acontece na prática:
Validação de ideias com base no mundo real
Antes de apostar tempo, equipe e orçamento em uma nova funcionalidade ou produto, é preciso entender se aquela solução resolve um problema real, para pessoas reais.
Com entrevistas, testes de conceito e protótipos iniciais, a UX Research permite validar hipóteses, entender a percepção dos usuários e evitar lançamentos baseados em suposições. Como destaca o blog da DNC, empresas que validam ideias com pesquisa economizam tempo, evitam desperdícios e aumentam significativamente as chances de sucesso no lançamento.
Priorização estratégica do que realmente importa
Não dá pra fazer tudo ao mesmo tempo — e tentar, geralmente, custa caro.
A pesquisa com usuários ajuda a enxergar o que é prioridade de verdade: onde está a dor mais crítica, qual funcionalidade tem mais valor percebido, o que pode ser adiado sem prejuízo.
Segundo a UX Agency, times que priorizam com base em dados reais reduzem retrabalho e aceleram entregas com mais foco e assertividade.
Experiências intuitivas, produtos que as pessoas amam usar
Você já abandonou um aplicativo porque não entendeu como ele funcionava? Seu usuário também.
A UX Research revela os pontos exatos onde ele trava, hesita, abandona ou se frustra — e isso permite desenhar jornadas mais claras, naturais e consistentes. Como aponta a Nielsen Norman Group, produtos desenvolvidos com base em pesquisa são adotados com mais facilidade e geram menos fricção no uso.
Menos retrabalho. Mais inteligência no desenvolvimento
Corrigir depois de lançado custa caro — às vezes, muito caro.
A pesquisa permite identificar falhas cedo, quando ainda dá tempo (e é barato) de ajustar. Pesquisar antes de desenvolver reduz significativamente os custos com correções, suporte e manutenção.
Empresas que adotam essa abordagem constroem com mais confiança — e economizam uma fortuna em retrabalho que poderia ser evitado.
Evolução contínua com base em feedback real
Um produto digital nunca está pronto. O que diferencia os que crescem dos que estagnam é a capacidade de aprender com os usuários e evoluir rápido.
A pesquisa contínua permite observar padrões, identificar novas necessidades e ajustar o produto com base no que realmente acontece no uso. Isso garante adaptação ao mercado, relevância constante e ciclos de melhoria mais estratégicos.
Inovação guiada por comportamento
Inovar não é apenas ter boas ideias — é acertar o timing, o problema e o contexto.
Empresas que escutam seus usuários com frequência têm mais chances de perceber oportunidades antes da concorrência. A UX Agency aponta que esse tipo de escuta ativa é o que permite lançar soluções mais ousadas com menos risco e mais impacto real.
Um bom exemplo de como a pesquisas com usuários é fundamental para o sucesso dos negócios é o case do Slack.
O time da empresa realizou uma série de pesquisas qualitativas e quantitativas para entender como os usuários interagiam com o recurso de busca.
Descobriu-se que, mesmo após anos de uso, muitos usuários ainda não compreendiam como a ferramenta de busca funcionava — o que limitava o aproveitamento da plataforma.
A partir disso, a empresa reformulou a interface, simplificou a experiência e introduziu sugestões automáticas, resultando em maior engajamento e eficiência no uso do produto.

Métodos de pesquisa com usuários
Nem toda pesquisa precisa ser cara, demorada ou complexa. Mas toda decisão tomada sem ouvir o usuário é uma aposta — e apostas são perigosas, especialmente em mercados competitivos.
Para evitar isso, é essencial entender quais métodos de pesquisa com usuários existem, quando usar cada um e o que eles podem revelar sobre seu produto.
De acordo com a Nielsen Norman Group, os métodos de UX Research variam em dois eixos principais:
- Atitudinal x Comportamental (o que as pessoas dizem vs. o que realmente fazem)
- Qualitativo x Quantitativo (por que algo acontece vs. quanto ou com que frequência acontece)
Com base nesses eixos, a seguir estão os métodos mais utilizados, organizados por tipo de necessidade:
Entrevistas individuais
São conversas um a um entre um pesquisador e um participante. Diferente de uma simples coleta de opiniões, as entrevistas exploram a fundo as experiências, motivações, expectativas e desafios do usuário.
- Quando usar: no início de projetos, para entender o problema real que precisa ser resolvido.
- Para que serve: descobrir como as pessoas pensam, o que esperam e o que as frustra.
- Valor para o negócio: evita apostas cegas e direciona o desenvolvimento para o que realmente importa.
Segundo o Guia da Objective, as entrevistas são ideais para entender o “porquê” por trás dos comportamentos e validar hipóteses antes de investir no desenvolvimento..
Testes de usabilidade
Os participantes recebem tarefas reais para realizar com um produto ou protótipo. Enquanto interagem com o sistema, o pesquisador observa como navegam, onde travam e como resolvem problemas.
- Quando usar: antes de lançar um novo fluxo, funcionalidade ou interface.
- Para que serve: identificar barreiras, inconsistências e oportunidades de melhoria na experiência.
- Valor para o negócio: reduz fricção, aumenta a eficiência da jornada e melhora as taxas de conversão.
Como destaca a Nielsen Norman Group, “testes de usabilidade bem conduzidos ajudam a eliminar erros críticos antes que eles impactem a experiência do cliente
Aprenda a fazer um teste de usabilidade em nosso Guia Completo.
Pesquisas e questionários
São formulários com perguntas (geralmente fechadas) aplicados em larga escala, por e-mail, dentro do produto ou em redes sociais.
- Quando usar: para avaliar satisfação, testar preferências ou validar ideias com mais usuários.
- Para que serve: medir percepção, avaliar uma funcionalidade ou coletar feedback pós-uso.
- Valor para o negócio: fornece dados quantitativos para tomar decisões com maior segurança estatística.
A Objective recomenda seu uso em conjunto com métodos qualitativos, para validar tendências em maior escala.
Aprenda mais sobre pesquisa quantitativa e qualitativa.
Análise de comportamento (analytics, clickstream)
Envolve a coleta e interpretação de dados gerados pelos próprios usuários, como cliques, tempo de permanência, rotas de navegação e abandono de carrinho.
- Quando usar: continuamente, após o lançamento do produto.
- Para que serve: entender o que os usuários realmente fazem — e onde desistem.
- Valor para o negócio: permite identificar gargalos, testar hipóteses com dados reais e medir impacto de mudanças.
Aprenda como utilizar mapas de calor e como interpretar seus dados.
Grupos focais
São conversas estruturadas com um pequeno grupo de participantes, conduzidas por um moderador. Os usuários discutem suas percepções sobre um produto, conceito ou ideia.
- Quando usar: em fases iniciais ou para avaliar novas abordagens de comunicação ou design.
- Para que serve: levantar diferentes pontos de vista, explorar temas mais subjetivos ou testar mensagens.
- Valor para o negócio: ajuda a entender como o público interpreta e se conecta com uma solução.
É importante que o moderador conduza bem a sessão para evitar que participantes mais influentes dominem a conversa, como alerta a NN/g.
Testes A/B
Os testes A/B consistem em apresentar diferentes versões de uma mesma página, botão ou fluxo para grupos distintos de usuários, e comparar qual gera melhor desempenho em métricas específicas.
- Quando usar: ao testar variações de interface, texto ou layout.
- Para que serve: entender qual versão gera mais cliques, cadastros, compras ou engajamento.
- Valor para o negócio: decisões baseadas em dados concretos, com impacto direto em conversão e resultado.
A Nielsen Norman reforça que, para testes A/B serem eficazes, é preciso ter tráfego significativo e hipóteses claras.
Como escolher o melhor método para cada cenário
A escolha depende de três fatores:
- O que você quer descobrir: um comportamento? Uma motivação? Uma percepção?
- Em que fase está o produto: ideação, protótipo, lançamento ou evolução contínua?
- Qual é a maturidade da sua empresa em UX?
Segundo o Modelo de Maturidade da NN/g, existem seis estágios de maturidade em UX, que vão desde a ausência de práticas de UX até uma cultura totalmente centrada no usuário.
Empresas em níveis iniciais (como os estágios “limitado” ou “estruturado”) se beneficiam de métodos mais simples e qualitativos, como entrevistas e testes rápidos.
Já empresas mais avançadas (nos níveis “integrado” ou “pervasivo”) conseguem implementar métodos mais robustos, como testes A/B, pesquisas contínuas e estudos etnográficos, com impacto transversal em toda a estratégia de produto.
O ideal é que você identifique qual é o nível de maturidade da sua empresa e escolha o método de pesquisa que mais se encaixa nas suas necessidades e possibilidades.
E não se preocupe se o seu negócio ainda estiver nos níveis iniciais. A medida em que são feitos investimentos em UX Research, é possível avançar nesse modelo de maturidade para conseguir alinhar seus produtos e serviços às expectativas dos usuários, resultando em maior satisfação, fidelização e vantagem competitiva no mercado.
Como evitar erros que sabotam sua pesquisa com usuários
Uma pesquisa mal conduzida pode gerar mais ruído do que clareza. E, infelizmente, isso ainda é comum: conclusões enviesadas, decisões tomadas com base em dados frágeis ou, pior, suposições disfarçadas de insights.
Para garantir que a pesquisa com usuários realmente direcione o produto na direção certa, é preciso cuidado em cada etapa do processo — da definição dos objetivos até a forma como os dados serão compartilhados com o time.
A seguir, veja os erros mais comuns e as melhores práticas para evitá-los.
Não definir objetivos claros e alinhados ao negócio
Um dos erros mais recorrentes é começar a pesquisa sem saber exatamente o que se quer descobrir. Isso leva a roteiros confusos, perguntas genéricas e dados difíceis de interpretar.
Boas práticas:
- Comece definindo as perguntas-chave da pesquisa.
- Alinhe os objetivos com as metas do negócio e as decisões que precisam ser tomadas.
- Evite buscar “tudo ao mesmo tempo”. Quanto mais foco, melhores os insights.
- Estabeleça claramente o que você precisa aprender. Isso orienta o tipo de método, o roteiro e a análise dos dados.
Escolher o método errado para o tipo de pergunta
Aplicar uma pesquisa quantitativa para entender motivações ou fazer entrevistas para medir satisfação são erros comuns. Cada método tem um propósito e limitações.
Boas práticas:
- Use entrevistas para explorar contextos e entender motivações.
- Use testes de usabilidade para identificar fricções em fluxos e interfaces.
- Use pesquisas e analytics para medir comportamentos e validar padrões.
A integração de métodos qualitativos e quantitativos, conhecida como pesquisa de métodos mistos também é possível. Ela permite explorar a profundidade das percepções humanas enquanto mede e quantifica comportamentos e atitudes.
Essa abordagem oferece uma compreensão mais abrangente dos fenômenos estudados, aproveitando os pontos fortes de cada método.
Por exemplo, a pesquisa qualitativa proporciona profundidade e nuances, enquanto a pesquisa quantitativa oferece generalizações e medições precisas.
Recrutar participantes não representativos
Fazer testes apenas com colegas de equipe, amigos ou perfis genéricos compromete toda a validade da pesquisa. O produto pode acabar sendo construído para “alguém” que não é o seu usuário real.
Boas práticas:
- Crie critérios de recrutamento com base em personas reais.
- Use plataformas especializadas ou ferramentas como Ethnio e User Interviews para encontrar participantes com o perfil certo.
- Valide o contexto de uso dos participantes antes de iniciar.
Aprenda a como fazer um recrutamento eficaz neste material da Nielsen Norman Group.
Conduzir sessões sem preparo ou empatia
A maneira como a pesquisa é conduzida influencia diretamente na qualidade das respostas. Entrevistas tendenciosas, linguagem técnica ou interrupções excessivas reduzem a profundidade dos insights.
Boas práticas:
- Use perguntas abertas, que exploram o “porquê”.
- Evite induzir respostas. Deixe a pessoa se expressar livremente.
- Demonstre curiosidade genuína e crie um ambiente seguro e acolhedor.
O blog da DNC reforça: “Permita pausas, escute com atenção e mantenha o foco no usuário — e não na resposta que você espera ouvir”.
Analisar os dados com pressa (ou com viés)
Análises apressadas ou feitas para confirmar o que o time já acredita levam a decisões perigosas. O objetivo da análise é descobrir padrões, não provar suposições.
Boas práticas:
- Organize os dados por temas recorrentes.
- Traga diferentes pessoas do time para a leitura e interpretação.
- Use ferramentas visuais como mapas de empatia, heatmaps e planilhas de achados.
“A interpretação exige empatia e rigor analítico. O valor está em identificar as histórias por trás dos dados”, diz o Guia da Objective.
Comunicar mal os resultados
Um dos maiores desperdícios é quando a pesquisa é bem feita — mas os achados não chegam de forma clara a quem toma decisões. Relatórios longos, termos técnicos e apresentações genéricas desmotivam o time a usar os dados.
Boas práticas:
- Resuma os achados principais com destaque para o impacto no negócio.
- Use storytelling e exemplos reais para ilustrar os insights.
- Apresente sugestões práticas conectadas às descobertas.
Compartilhar os resultados de forma clara e concisa é tão importante quanto a própria coleta.
Por isso, é importante escolher o método e a forma de apresentaçào ideais para o seu time e empresa, pode ser em um documento, em slides, infográfico, tabelas, o que fizer mais sentido e se comunicar melhor com os stakeholders.
Ignorar os custos reais — da pesquisa e da não pesquisa
Um erro comum está nos dois extremos: considerar a pesquisa com usuários como um custo desnecessário ou, por outro lado, apostar em métodos caros demais para a realidade da empresa.
Não pesquisar gera prejuízos invisíveis: retrabalho, correções pós-lançamento, perda de conversão e desgaste com clientes. Mas investir em métodos que exigem alto volume de usuários, tempo excessivo ou ferramentas caras — sem estrutura para processar e aplicar os dados — também pode ser um desperdício.
Boas práticas:
- Avalie a maturidade da sua equipe e da organização para definir o escopo da pesquisa.
- Comece com métodos mais ágeis, como entrevistas, testes remotos ou análise de comportamento.
- Considere o custo-benefício não só financeiro, mas operacional e estratégico: o que o time conseguirá absorver e aplicar?
A Nielsen Norman Group recomenda adaptar os métodos ao contexto da empresa, começando por práticas que exigem menos recursos e entregam alto valor — e crescendo à medida que a cultura de UX se fortalece.
Já o Guia da Objective reforça que pesquisar de forma simples, mas frequente, é mais valioso do que tentar aplicar métodos sofisticados que não geram impacto por falta de preparo interno.

O futuro da pesquisa com usuário
As empresas mais inovadoras do mercado não estão apenas tentando prever o futuro — elas estão construindo esse futuro junto com seus usuários.
Ao observar como as pessoas interagem, improvisam e adaptam produtos, a pesquisa revela problemas ainda não resolvidos e desejos não atendidos. É nesse espaço que surgem novas ideias, recursos inesperados e produtos com alto diferencial competitivo.
Como aponta o UXDesign, a pesquisa ajuda a identificar oportunidades escondidas, que nem os próprios usuários verbalizam — mas demonstram em seus comportamentos diário.
A inteligência artificial já está transformando a forma de fazer pesquisa
A IA tem potencial para turbinar o trabalho do time de UX Research, atuando como apoio em tarefas que antes tomavam tempo e esforço humano:
- Transcrição automática de entrevistas com análise de sentimentos;
- Agrupamento inteligente de respostas abertas por temas;
- Geração de resumos e insights a partir de grandes volumes de dados;
- Tradução instantânea para pesquisas multilíngues.
Segundo a Nielsen Norman Group, as ferramentas de IA já estão otimizando processos de coleta e análise sem substituir o julgamento humano — apenas ampliando a capacidade analítica e liberando os times para decisões mais estratégicas.
Plataformas de dados mais sofisticadas, análises mais conectadas
Com ferramentas como heatmaps, gravações de sessão, mapas de jornada em tempo real, painéis de feedback embutido em produtos e rastreamento de eventos, os times têm acesso a dados que não apenas explicam o que está acontecendo — mas permitem prever o que pode acontecer.
Essas plataformas transformam a pesquisa em um processo contínuo e conectado ao ciclo de vida do produto. Decisões deixam de ser episódicas e passam a ser iterativas, baseadas em comportamento vivo.
Análise de dados avançada: de observação a predição
A análise de dados em UX Research evoluiu. Hoje, não se trata apenas de contar cliques ou medir taxa de conversão. Com o avanço das ferramentas, é possível cruzar grandes volumes de dados quantitativos com insights qualitativos, conectando o que o usuário faz com o que ele pensa, sente e precisa.
Esse movimento está sendo impulsionado por três grandes frentes:
Integração entre fontes de dados
Times mais maduros estão conectando dados de ferramentas como Google Analytics, Hotjar, Amplitude, Mixpanel, com pesquisas de satisfação (CSAT, NPS), entrevistas e testes de usabilidade. O resultado? Uma visão mais rica e contextual do comportamento do cliente — que ajuda a tomar decisões mais assertivas em produto, marketing, atendimento e estratégia.
Visualizações e dashboards interativos
A evolução das plataformas de análise permite criar painéis dinâmicos que mostram, em tempo real:
- Quais fluxos têm maior taxa de abandono;
- Onde o usuário passa mais tempo;
- Como ele interage com CTAs e elementos-chave;
- Quais segmentos de usuário têm maior fricção ou maior engajamento.
Esses dados empoderam times multidisciplinares a tomar decisões com base em evidência — sem depender apenas da intuição ou de dados isolados.
Modelos preditivos e análise comportamental
Ferramentas mais avançadas já permitem prever padrões com base em aprendizado de máquina:
- Quais usuários têm maior chance de churn;
- Quais comportamentos levam à conversão;
- Quais recursos têm alto uso oculto (e que podem virar diferenciais do produto).
A análise preditiva transforma a pesquisa de um instrumento descritivo em um motor de antecipação estratégica.
A pesquisa com usuários como investimento estratégico para o sucesso do seu negócio
Em um mercado onde os produtos são cada vez mais parecidos, a diferença está em quem entende melhor as pessoas que os usam.
Ao longo deste artigo, vimos que a pesquisa com usuários não é só uma etapa do processo de design, ela é uma ferramenta de inteligência de negócio. É o que permite reduzir riscos, evitar retrabalho, identificar oportunidades reais, criar experiências mais eficazes e impulsionar resultados com mais consistência.
Empresas que adotam essa prática tomam decisões com mais segurança, inovam com mais relevância e crescem com mais foco.
Não é sobre perguntar o que o usuário quer, é sobre observar, escutar e interpretar o que ele precisa, mesmo quando ele ainda não sabe dizer.
Em tempos de mudança acelerada, a pesquisa com usuários é o que ancora a estratégia no que realmente importa: as pessoas.
Se você busca criar produtos mais úteis, mais desejados e mais sustentáveis, comece pela escuta. Não espere o erro custar caro para agir. Mesmo com recursos limitados, é possível começar pequeno e crescer com consistência.
Adotar a pesquisa com usuários é sair do achismo e entrar no campo das decisões inteligentes. É transformar escuta em inovação. É investir onde poucos olham e colher onde muitos não conseguem alcançar.
Se você quer aplicar pesquisa com usuários no seu negócio mas não sabe por onde começar, uma consultoria especializada pode encurtar o caminho, garantir resultados concretos e acelerar a maturidade do seu time.
Na Tuia, ajudamos empresas como o Martins, Habib’s, Renault e Estadão a transformar escuta em estratégia, por meio de metodologias práticas, testes contínuos e cultura orientada a dados.
Queremos te ajudar a fazer o mesmo!
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