Estamos caminhando para um novo momento histórico: pela primeira vez, teremos mais pessoas acima de 60 anos do que jovens nos próximos 30 anos. Este fato nos faz refletir em muitos aspectos da sociedade: modo de vida, saúde, bem-estar e, principalmente, tecnologia.
Percebemos através da população atual na terceira idade que há particularidades de uso da tecnologia em comparação às pessoas mais jovens, consideradas nativas digitais — isto é, que nasceram com acesso à internet, computadores e celulares, muito presentes em nosso dia a dia. O intuito desta pesquisa é compreender como é a relação de pessoas na terceira idade com a tecnologia, qual a sua rotina de uso e quais são as dificuldades do público-alvo em relação ao uso e adesão da internet. Com esta pesquisa, conseguimos projetar uma visão de futuro e refletir em soluções digitais que beneficiem não somente os nossos idosos, mas também os idosos que chegarão nas próximas décadas.
Nesta etapa, coletamos e relacionamos notícias, artigos, pesquisas, relatórios e outros dados secundários que possibilitam entender como é o uso e adesão da internet por pessoas na terceira idade. Esses dados foram classificados em “Globais”, que possuem fonte internacional, e “Locais”, de instituições brasileiras.
Para complementar a pesquisa, realizamos um questionário introdutório online para entender de forma abrangente a adesão e uso da internet por pessoas na terceira idade. Recebemos 213 respostas de pessoas entre 60 e 92 anos, de diversos perfis e regiões do Brasil.
Nesta etapa, entrevistamos 20 pessoas acima de 60 anos que preencheram o questionário e 3 especialistas da área de Design, Tecnologia e similares, que atuam em empresas responsáveis pelos aplicativos mais utilizados pelo público.
As entrevistas foram realizadas remotamente e virtualmente, por meio de uma plataforma de videochamada. Alguns participantes tiveram dificuldade em acessar e compreender as funcionalidades da plataforma de videochamada utilizada.
FAIXA ETÁRIA | REGIÕES | ||
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60-65 anos | 35% | Sudeste* | 40% |
65-70 anos | 25% | Nordeste | 20% |
70-75 anos | 25% | Sul | 20% |
75-80 anos | 10% | Norte | 10% |
mais de 80 anos | 5% | Centro-Oeste | 10% |
* A amostra do Sudeste foi dividida entre capital e cidades do interior. |
A partir dos dados coletados, entendemos quais são as perspectivas futuras em relação ao tema. Elas são classificadas em macrotendências, com âmbito geral, e microtendências, que fazem parte de uma grande tendência.
A partir do conhecimento adquirido, projetamos sugestões que empresas de design e tecnologia podem realizar para se adaptarem às tendências encontradas.
Uma pesquisa do National Institute of Aging (NIH) dos Estados Unidos diz que a população mundial acima dos 60 anos irá ultrapassar a mais jovem nos próximos 30 anos, dobrando de número. A proporção e rapidez de envelhecimento da população varia de acordo com a região do mundo: a Europa possui a maior parte de pessoas com 65 anos ou mais (16%), mas há um crescimento significativo em diversos países da Ásia. No Brasil, o cenário não é diferente: o número de brasileiros com mais de 30 anos bateu recorde em 2021.
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse percentual teve um aumento de 7,6% em relação a 2012, início da série histórica, o que indica que a população do país está mais velha.
“Essa queda é um reflexo da acentuada diminuição da fecundidade que vem ocorrendo no país nas últimas décadas e que já foi mostrada em pesquisas do IBGE” Gustavo Geaquinto, Analista de Pesquisa do IBGE.
Milhões de idosos são aposentados todos os anos. Uma pesquisa feita pelo Pew Research Center mostra que o número de estadunidenses aposentados aumentou cerca de 3,2 milhões no ano de 2020. Entretanto, isso não significa que eles não estão trabalhando: 1 a cada 7 pessoas nos EUA não pretendem parar de trabalhar antes dos 70 anos.
Ter uma renda extra é um dos fatores. O Employee Benefit Research Institute (EBRI) estudou que a renda média anual de cidadãos americanos não é suficiente para manter os custos, principalmente com saúde, e 40% deles estão no risco de recorrer a dívidas ou ir atrás de assistência social. Familiares e amigos também ajudam nessa questão.
No Brasil, 70% dos brasileiros idosos estão aposentados, mas 21% continuam trabalhando.
De acordo com o CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), 90% do público brasileiro na terceira idade ainda contribui ativamente no orçamento familiar, sendo que 43% são os principais provedores no sustento do lar. Mas, para 48% dos casos, o trabalho é um recurso para manter a mente ativa.
Ainda segundo a pesquisa do CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), houve um aumento de 12% no uso de internet por pessoas da terceira idade. O fator do isolamento durante a pandemia impactou essa questão, já que as pessoas idosas eram o público em maior risco.
O estudo também revelou que houve avanço no uso da internet em todas as gerações, em comparação com 2019. O número de pessoas que possuem smartphones também evolui em todas as idades. No entanto, o aumento mais significativo, de 5%, foi observado na população mais idosa.
Mesmo com o cenário pandêmico controlado, o hábito não mudou, e a frequência de acesso é alta. Cerca de 99% das pessoas com mais de 60 anos usam a internet todos os dias. Entre as atividades realizadas, o uso das redes sociais lideram (77%), seguidas por ler notícias (68%) e enviar mensagens de texto instantâneas (57%).
“A pandemia acelerou ainda mais o processo de transformação digital, e com os idosos não foi diferente. Muitos passaram a utilizar redes sociais e videoconferências para manter contato com familiares e se informar, sem contar a necessidade de fazer as compras de forma mais segura” José César da Costa, presidente da CNDL.
O comportamento da população mais velha na internet não é tão diferente dos mais jovens: eles se interessam por aplicativos e atividades que beneficiem seu dia a dia, seja pesquisando, conversando ou até jogando. A Wunderman Thompson Intelligence, no seu relatório sobre metaverso, constatou que 33% da geração nascida entre 1945 e 1964 (chamada “Baby Boomer”) jogam Fortinite e 67% jogam Animal Crossing: New Horizons, jogos de consoles conhecidos entre adolescentes e jovens adultos.
No Brasil, os jogos não são tão populares. O WhatsApp é o aplicativo mais utilizado entre a população na terceira idade (98%), seguido por Facebook (71%), Youtube (74%) e Instagram (69%).
Uma pesquisa da UNATI/UEM (Universidade da Terceira Idade – Universidade Estadual de Maringá) relata que esse público usa as redes sociais como meio de obter informações, mostradas como entretenimento. no período de isolamento, assistir lives, shows, aulas de atividades físicas e meditação foi essencial para se manterem mentalmente saudáveis.
Nosso questionário mostrou que 59,2% dos entrevistados começaram a utilizar a internet para se manterem informados. Outros motivos foram falar com amigos e familiares (55%), aprender a utilizar novas tecnologias (52%) e trabalhar (42%).
Dentre os entrevistados, 44,1% do público contou com o auxílio de familiares e conhecidos para ensinarem a utilizar a internet, 26% aprenderam sozinhos e 21% aprenderam durante o trabalho. Apesar disso, 78% da amostra não precisa mais de ajuda para realizar suas atividades na internet.
8 A CADA 10 PESSOAS NA TERCEIRA IDADE ADEPTAS A TECNOLOGIA SÃO MULHERES.
O sistema Android é o mais utilizado entre a população da terceira idade. A marcas de celulares mais populares são Samsung e Motorola.
“COMO EU FAÇO LIVES A RESPEITO DE DIABETES, PORQUE EU TENHO DIABETES HÁ MUITOS ANOS, EU ESTAVA AJUDANDO O PESSOAL. ENTÃO NO MEU INSTAGRAM EU ESTOU COM VÁRIOS SEGUIDORES, MAS EU NÃO DOU MUITA ATENÇÃO PARA ELES E TO MEIO PERDIDA PARA RESPONDER O QUE ELES ME PEDEM, O QUE ELES FAZEM, O QUE ELES DIZEM.”
C. W, 92 ANOS
Até 2050, 1 em cada 6 pessoas estará com mais de 60 anos. É a primeira vez que a população mais velha estará acima das idades mais jovens. Pessoas na terceira idade estão conquistando espaço nas mídias virtuais. Um exemplo é o aparecimento de influencers digitais idosos, os “oldfluencers” que, apesar de não ser um movimento notado no Brasil, ganharam notoriedade no cenário internacional.
A população mais velha continua trabalhando e está cada vez mais presente no mercado de trabalho. Mesmo aposentadas, as pessoas na terceira idade são as principais responsáveis pelo sustento do lar de muitas famílias. O trabalho, portanto, se torna uma opção para o aumento de renda ou até mesmo para continuar com a mente ativa. Em nossa pesquisa, 35% dos entrevistados continuam trabalhando, sendo que metade deles realizam mais de uma atividade remunerada. Apesar dessa forte presença no mercado de trabalho, as empresas não dão prioridade ou oportunidades voltadas para pessoas de 60 anos ou mais, tornando a contratação ou recolocação um processo mais complicado. Em nossa pesquisa, as plataformas de inscrição em vagas e o processo seletivo online foram um ponto de reclamação para 15% dos entrevistados. Com exceção de apenas um participante de nossa pesquisa, os outros realizam atividades de forma autônoma, através de comércio ou consultorias de serviço.
“FUI TRABALHAR NUM GRUPO DE UMA EMPRESA QUE TINHA MAIS DE 50 CONCESSIONÁRIOS, ENTÃO TINHAS REUNIÕES. DE REPENTE TRABALHEI LÁ NO MEIO DAQUELA JUVENTUDE. DAÍ O PESSOAL ME OLHAVA USANDO O CELULAR, CONSEGUINDO COM TRANCOS E BARRANCOS, ACOMPANHAR ELES. ELES FICAVAM SEMPRE ADMIRADOS: ‘O QUE SERÁ QUE ESSE VOVÔ ESTÁ FAZENDO AQUI?’”
S.G, 74 ANOS
Atualmente, quase todos os serviços e profissões precisam de internet. Independente do dispositivo eletrônico, o acesso à internet é obrigatório, seja para utilizar um programa no computador ou divulgar serviços nas redes sociais. Com os processos cada vez mais digitalizados, a geração acima de 60 anos também precisou se adaptar. Nossa pesquisa mostrou que 60% dos entrevistados heavy-users foram introduzidos à internet através do seu trabalho e, desde então, evoluíram no uso de dispositivos. Contudo, isso nos traz uma reflexão: se as empresas não dão oportunidades para os mais velhos continuarem no mercado, como eles irão se adaptar à novas tecnologias e softwares que são desenvolvidos diariamente
15% dos entrevistados afirmam possuir dificuldade em acompanhar os lançamentos de novas tecnologias, tanto financeiramente, para adquirir novos aparelhos, quanto atualizar os softwares de dispositivos que possuem.
“COM RELAÇÃO À INTERNET, APLICATIVO E SMARTPHONE, UMA COISA QUE EU FICO MUITO CHATEADO É QUANDO MEU SMARTPHONE FICA DEFASADO, CARA. AÍ EU PERCEBO QUE VOU TER QUE GASTAR DINHEIRO, QUE NÃO TÁ FUNCIONANDO MAIS.”
E.Z, 60 ANOS
Apesar da inserção de pessoas na terceira idade nos canais de mídia e internet, eles não se sentem representados pelas marcas que utilizam, principalmente se forem relacionadas a um produto digital. Isso acontece pois, geralmente, a imagem de pessoas acima de 60 anos é utilizada de forma estereotipada e aplicada em tópicos relacionados a saúde e bem-estar. O responsável técnico de uma grande empresa de delivery que participou da nossa pesquisa compartilhou que entende a importância e urgência de olhar para os mais idosos com projetos de acessibilidade. No entanto, a empresa não tem foco em usuários de terceira idade e não possui material de pesquisa ou planos de inovações pensado para esse público alvo. “O mercado deve olhar para a geração Baby Boomer como parte do mainstream de consumo, e não mais como minoria de pouca representatividade. Portanto, é fundamental oferecer mais protagonismo a essa geração e aproveitar melhor as oportunidades de consumo dentre esse público”, afirma Eduardo Alves, head of go-to-market & field marketing da Kantar Ibope Media.
“OLHA, A GENTE NÃO TRATA MUITA COISA DE ACESSIBILIDADE PARA ESSE PÚBLICO, NÃO SEI SE A GENTE VAI TER TANTA COISA A CONTRIBUIR ASSIM. EU ACHO QUE QUANDO A GENTE FALA DE POPULAÇÃO IDOSA, A GENTE TEM UMA GRANULAÇÃO MUITO GRANDE, SABE? A GENTE TENDE A ACHAR QUE SÃO UM BOLO SÓ, MAS OBVIAMENTE, DENTRO EXISTEM MUITOS PÚBLICOS E MUITAS FAIXAS DIFERENTES. E EU ACHO QUE ISSO É IMPORTANTE DE SER CONSIDERADO ATÉ PARA AS SOLUÇÕES, PORQUE AS DORES NÃO SÃO AS MESMAS.”
T.F, DESIGNER MANAGER
A pandemia de covid-19 foi uma marco na história da humanidade, alterando profundamente as formas de relacionamento entre os indivíduos devido necessidade de isolamento e preocupações com a saúde. Neste cenário, a população que está na terceira idade foi uma das mais afetadas por serem um dos principais grupos de risco.
Houve a necessidade de se manter informado e em contato com outras pessoas, tudo isso feito à dist ncia por meio do usa da internet. Assim, os idosos foram forçados a se digitalizar para conseguir manter seus relacionamentos com amigos e familiares. Isso desenvolveu uma nova forma de comunicação e processos que perduram até os dias atuais.
Com os avanços tecnológicos cada vez mais acelerados e a necessidade trazida pela pandemia do Covid-19, a população na terceira idade precisou se adaptar a novos processos.Na amostra de entrevistados, 20% afirmaram que não tiveram escolha: começaram a utilizar um aparelho conectado à internet através de presentes dos filhos, que desejavam manter contato por meio de mensagens instantâneas e redes sociais. E, com isso, percebemos que por não buscarem por vontade própria, eles adquiriram apenas habilidades básicas, como enviar mensagens e visualizar as redes sociais.
10% dos entrevistados afirmaram não gostar da internet ou de se expor nela, afirmando que apenas a utilizam para contatar familiares.
“NÃO SOU COMO MUITA GENTE QUE SABE MEXER EM TUDO. EU NÃO MEXO. NÃO SEI. SE EU LHE DISSER QUE SEI É MENTIRA, SÓ OLHO MESMO NO FACEBOOK E ALI VEJO AS PIADINHAS DO APLICATIVO. O FACEBOOK, INSTAGRAM EU FICO SÓ NO QUE SEI FAZER. E O CELULAR, ATENDER E TUDO. MAS PARA MEXER, ASSIM COMO MUITA GENTE FICA E QUE SABE FAZER TUDO PELO CELULAR, EU NÃO SEI FAZER. NÃO SEI NEM TE DIZER SE EU TERIA INTERESSE (EM APRENDER MAIS).”
C.L, 75 ANOS
Em casos de isolamento e distância, muitas vezes uma ligação não é suficiente. Para 35% dos entrevistados, manter contato com familiares e amigos que moram longe foi o principal motivador para ter um celular com acesso à internet.
A internet possibilitou que a geração não digital retomasse contato com pessoas distantes, como colegas de escola, amigos da faculdade ou parentes em cidade, estado ou país de origem, o que não seria possível sem a existência de um computador ou smartphone.
Em contrapartida, a mesma geração afirma que, apesar de aproximar quem está longe, a internet afasta quem está perto, convivendo pessoalmente. 15% dos entrevistados têm essa percepção, principalmente com filhos ou netos da Geração Z.
“AS PESSOAS ESTÃO MUITO, MUITO GRUDADAS NO CELULAR. VOCÊ SAI E VOCÊ VÊ QUE NÃO TEM MAIS CONVERSA. EU TENHO MUITAS AMIGAS QUE A GENTE SAI E É DIFÍCIL MANTER UMA CONVERSA, PORQUE É O TEMPO INTEIRO MOSTRANDO FOTO, MOSTRANDO VÍDEO. NÃO ROLA UMA CONVERSA PESSOAL MESMO ASSIM, SABE?”
S.L, 61 ANOS
Mensagens, áudio e chamadas de vídeo se tornaram ferramentas recorrentes no dia a dia para falar com amigos, familiares e outras pessoas em geral.
Nosso estudo mostra que o WhatsApp é a ferramenta mais usada para esse fim, sendo o aplicativo mais utilizado por esse público. Em 10% dos casos presentes na nossa pesquisa, é o único aplicativo utilizado no celular. Além disso, redes sociais como Facebook e Instagram também estão presentes como forma de contato com as pessoas.
“(COMECEI A USAR A INTERNET) PARA PODER INTERAGIR COM VÁRIAS COISAS E VÁRIOS ASSUNTOS E PESSOAS. E ENCONTREI VÁRIOS DE COLÉGIO, DE ESCOLA, AMIGOS. É FASCINANTE.”
I.D., 67 ANOS
A internet é um universo específico. Há palavras, termos, conceitos e significados próprios que, para os não nativos da era digital, podem ser difíceis de compreender.
Em nossa pesquisa, 25% dos entrevistados alegaram que possuem dificuldade em entender termos em inglês, muito presentes na linguagem digital e, dependendo da situação, se tornam impeditivos para prosseguir com alguma ação.
“EU ACHO MEIO COMPLICADO, PRINCIPALMENTE PORQUE AS PALAVRAS USADAS ATRAVÉS DA INTERNET SÃO PALAVRAS QUE EU NÃO CONHEÇO. É MUITA PALAVRA E A MAIORIA EU NÃO CONHEÇO, ENTÃO TENHO QUE ESTAR PERGUNTANDO. HOJE EM DIA,NÓS SABEMOS QUE O BRASIL É UM PAÍS COM UMA PORCENTAGEM MUITO GRANDE DE ANALFABETOS, INCLUSIVE EU. E HOJE É TUDO EM INGLÊS. E O POVO NÃO SABE FALAR NEM PORTUGUÊS. TUDO EM INGLÊS.”
K.V, 75 ANOS
“A gente tem um comportamento grande, não é o nosso mais relevante, mas é grande o suficiente, de pessoas que pedem para outras pessoas. Então eu vou fazer o pedido para minha mãe, para outra pessoa, e isso é muito comum. Então, às vezes um idoso que não se sente muito confortável ou não entende muito. Às vezes ele tem um outro adulto ou um jovem junto que faz esses pedidos por ele.”
T.F, DESIGNER MANAGER EM APLICATIVO DE DELIVERY
A internet possui informação de tudo e de todos. Ao mesmo tempo que muitos consideram isso fantástico por possibilitar um vasto de conhecimento e contato com outras culturas, para as pessoas da terceira idade, isso se torna motivo de preocupação.
O medo de levar golpes, usar sites não confiáveis de compras ou errar transações é algo que limitam o uso da internet e demais aplicativos de compra pelos idosos. Em nossa pesquisa, 35% dos entrevistados têm medo ou já receberam tentativas de golpe na internet.
A internet é um mundo vasto de informações, mas nem todas elas dizem a verdade. Nas campanhas eleitorais recentes, tanto no Brasil quanto no resto do mundo, observamos como uma notícia disseminada na internet pode influenciar fatos e opiniões populares. O público da terceira idade é diretamente afetado pelas fake news, principalmente por conta do meio de veiculação: o WhatsApp e redes sociais como Facebook e Instagram, muitas vezes disseminadas por meio de lives, imagens e links de notícias. A informação falsa, se compartilhada por uma pessoa conhecida, traz credibilidade e veracidade na visão dessas pessoas.
Hoje, 20% das pessoas entrevistadas para o nosso estudo desenvolveram o hábito de checar a veracidade das informações que recebem. No entanto, grande parte da população idosa que não sabe diferenciar o que é verdade ou não quando se trata de informações compartilhadas na internet.
“TEM QUE SABER FILTRAR MUITO BEM QUALQUER FONTE. PRINCIPALMENTE VOCÊ ACOMPANHAR DA ONDE VEM ESSA INFORMAÇÃO. ENTÃO, PRINCIPALMENTE AGORA COM ESSE PERÍODO ELEITORAL, QUE SE TEVE É NOTÍCIA FALSA, A NÃO REPASSAR TAL INFORMAÇÃO. TAL INFORMAÇÃO VOLTOU, MAS QUEM É QUE TE PASSOU? FOI UMA FONTE CONFIÁVEL? FOI UM BOM JORNAL, FOI UMA BOA REDE DE TV E TAL?’”
R.L, 67 ANOS
“Para uma pessoa que usa o WhatsApp como ferramenta de trabalho principal, eu sei que tem muitos golpes lá naquela ferramenta. Então é uma coisa que a gente também deixa como um ponto de atenção muito grande, porque a gente tá sempre falando da questão de segurança nas plataformas e tudo mais. É mais difícil, mas tem algumas protocolos de segurança que podem ser adotados por base. A gente fica sempre atento nisso, As coisas que a gente faz são sempre verificadas.”
V.A, UX DESIGN LEAD PARCEIRO DE REDE SOCIAL
MICRO #1: O ESPAÇO NO MERCADO DE TRABALHO
MICRO #2: O AVANÇO TECNOLÓGICO
MICRO #3: A VISÃO DAS MARCAS
MICRO #1: PRESENTE DE GREGO
MICRO #2: APROXIMAR QUEM ESTÁ LONGE
MICRO #3: MANDA NO ZAP
MICRO #4: A INTERNET É GRINGA
MICRO #1: CUIDADO COM AS FAKE NEWS
Este estudo foi realizado no Tuia Labs, o programa interno de inovação da Tuia. Como resultado de nosso trabalho, criamos um playbook de acessibilidade para a terceira idade. Acesse o playbook e aplique hoje mesmo em seus produtos digitais.