No dia 27 de fevereiro, o Twitter fez uma nova rodada de demissões. A nova demissão em massa da rede social atingiu cerca de 10% do time, que em janeiro já demitiu também os moderadores de conteúdo da rede social. As demissões de pessoas importantes como cientistas de dados e gerentes de produtos desde novembro tiveram um impacto negativo para os usuários: somente este ano, a rede social teve seis falhas graves.
Os problemas com demissões em massa não atingem apenas o Twitter: desde o começo de março até o momento da postagem deste texto, o site Layoffs Brasil contabiliza 14 empresas que realizaram demissões em massa no Brasil. Muitos desses cortes são de setores essenciais para o bom funcionamento de produtos digitais, principalmente em tecnologia.
Oferta e demanda de vagas
Quando existe um corte tão grande em setores importantes de uma empresa, temos posteriormente um problema de oferta e demanda: menos vagas de emprego disponíveis para mais profissionais procurando uma recolocação. Esse problema se agrava quando os profissionais afetados pelas demissões em massa possuem mais experiência, procurando vagas para pleno e sênior.
Equipes menores e o prejuízo à experiência do usuário
O Twitter continua sendo um grande exemplo de como os cortes, em especial na área de tecnologia, prejudicam a usabilidade da plataforma, causando prejuízos. Desde a compra da plataforma pelo bilionário Elon Musk, o site teve uma queda de 40% na sua receita e uma debandada de diversos anunciantes. Além disso, desde a aquisição, o site não publica mais seus ganhos e o prejuízo pode ser ainda maior.
Desde as primeiras demissões em massa, a plataforma apresenta diversas instabilidades, além de falta de políticas de moderação de conteúdo. Algumas mudanças não passaram por testes prévios, como o contador de visualizações de postagens em público para todos os usuários. Em alguns momentos, usuários relataram que a mudança afetou o posicionamento de botões para inserir a funcionalidade deixava a página confusa, além de não ser útil para conhecimento geral. Esse tipo de falha, além da falta de moderação de conteúdo considerado impróprio, pode causar uma saída de seus usuários para outras redes sociais.
Importância do investimento em UX
Essas falhas e reclamações estão diretamente relacionadas às demissões. Quando você diminui a equipe, você deixa de investir em um bom funcionamento de um produto digital e certas demandas, como a aplicação de testes prévios antes de lançar uma nova versão, podem não ser mais realizadas. O corte em áreas importantes de um produto digital, como UX e engenharia de software, pode parecer uma boa ideia em um primeiro momento para uma solução rápida nas contas, mas custa caro a longo prazo.
Investir em experiência do usuário facilita o trabalho das áreas de tecnologia, pois a partir de testes de interface e pesquisas com usuários, podemos corrigir pontos importantes já em fases iniciais do desenvolvimento, evitando o retrabalho. Além disso, por ser uma área que preza o usuário, o produto se torna mais amigável e fácil de ser utilizado, atraindo novos clientes e mantendo os que já usam.
Um produto bem desenvolvido com equipes dedicadas a manter o seu bom funcionamento possui maior aceitação do público, tendo um maior retorno sobre investimento (ROI). Quando analisamos com cuidado a importância do ganho com essas áreas, o custo dos cortes a longo prazo sai bem mais alto.
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Referências
Calculando o retorno de investimento (ROI) de UX. Disponível em: https://brasil.uxdesign.cc/roi-de-ux-ad993bf5346f
Falha do Twitter foi a sexta apenas em 2023. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2023/03/07/internet-e-redes-sociais/hexa-falha-do-twitter-foi-a-sexta-apenas-em-2023/
Twitter (TWTR34) faz nova demissão em massa e opera com menos de 2 mil funcionários. Disponível em: https://www.suno.com.br/noticias/twitter-demissao-massa-pessoas/
Will Tech Layoffs Affect the UX Design Job Market in 2023?. Disponível em: https://uxplanet.org/will-tech-layoffs-affect-the-ux-design-job-market-in-2023-8bd2d04574b7
