Quando falamos em UX Writing, precisamos pensar na pessoa usuária em primeiro lugar. Para trazer uma boa experiência para todos, é preciso pensar sempre na acessibilidade do seu conteúdo em conjunto com a interface. Neste post, explicaremos como a linguagem inclusiva e a acessibilidade andam de mãos dadas no texto para interfaces.
UX Writing e leitores de tela
Um produto digital não funciona apenas com imagens. É importante que o texto que acompanha as ações para as pessoas usuárias seja explicativo, não possua palavras complexas e também seja fácil de ler. Quando falamos “fácil de ler” não é apenas na questão de interpretação de texto, mas também para quem utiliza um leitor de tela.
Leitores de tela são softwares que interagem com o sistema operacional de aparelhos como celulares e computadores, fazendo a leitura do conteúdo escrito em programas, páginas e aplicativos para pessoas com deficiência visual, baixa visão ou analfabetos. O funcionamento desses leitores acontece com gestos no aparelho celular ou navegação pelo teclado do computador, geralmente com a tecla TAB.
O trabalho do UX Writer impacta diretamente em quem usa esses programas, o que faz com que eles consigam utilizar os dispositivos sem problemas. Quando escrevemos para interfaces, é importante se atentar para que o texto seja de fácil compreensão para quem usa leitores como o TalkBack ou NVDA, pois a experiência pode ser prejudicada com o excesso de símbolos gráficos, como aspas e parênteses.
Linguagem não-sexista e linguagem inclusiva
Alguns autores defendem que a linguagem inclusiva é a linguagem não-sexista. A linguagem não-sexista, que engloba toda a diversidade de gênero existente, é apenas um passo para ter um texto realmente inclusivo. Para que um texto seja completamente inclusivo, é preciso pensar em todas as pessoas usuárias daquele produto, pois a experiência de uma pessoa não pode ser prejudicada em detrimento de outra.
Dentro da linguagem neutra existe a defesa de novos marcadores de gênero, como o uso de caracteres especiais como @ e X, como em amig@ e amigx. Profissionais defendem que esse tipo de linguagem não é acessível para quem possui dificuldade de leitura (como é o caso de disléxicos) e também para quem precisa de leitores de tela. Nesse caso, por exemplo, uma opção viável é o uso de e como marcador de gênero, como no caso de amigue.
Linguagem simples
Para uma boa compreensão do texto, é importante que ele seja simples sem ser simplista. Para isso, é importante escolher palavras que já estejam fixas no vocabulário do público-alvo do produto, evitando palavras em idiomas diferentes. Também é recomendado que o texto seja curto, dependendo do espaço onde ele será colocado. Um texto de 150 a 200 caracteres para um modal, por exemplo, é suficiente.
Audiodescrição de imagens
Uma boa experiência em sites sempre passa pela audiodescrição. A audiodescrição é um recurso que permite que pessoas com deficiência visual consumam produtos audiovisuais, principalmente vídeos e imagens. Em sites, ela é necessária para que essas pessoas usuárias saibam os elementos de uma imagem, como uma foto. Por isso é essencial que todas as imagens usadas em uma interface possuam audiodescrição para uma experiência plena a todos.
A audiodescrição pode seguir alguns passos, conforme indicado no site institucional da Universidade Federal de Santa Maria.
- Tipo de imagem: é importante descrever se a imagem é uma foto, um quadro, uma ilustração, um mapa, etc;
- Formato: descrever o formato principal, se é um quadrado, círculo, triângulo;
- Cor: descrever a cor predominante da imagem;
- Resumo: descrever os elementos mais importantes da imagem: pessoas, roupas, móveis, tudo o que for importante para o entendimento da imagem.
Na foto acima, do nosso fundador Gilmar Gumier, a imagem possui a seguinte audiodescrição: “Foto de nosso fundador, Gilmar Gumier. Ele é um homem de pele branca, cabelos grisalhos e está usando uma camisa polo preta. A foto possui um fundo cinza.”
Alguns profissionais defendem que imagens com ilustrações não precisam de audiodescrição. Aqui na Tuia nós colocamos a audiodescrição com a cor e o elemento presente na imagem, explicando se ela possui um ícone ou um texto.
Acessibilidade e links
O link é um recurso importante em interfaces. Além de seguir regras adequadas de design, como área de clique e contraste, existem boas práticas de escrita para que um link seja acessível.
Os leitores de tela verbalizam para a pessoa usuária quando identificam um link na tela, então é essencial que ele tenha a descrição exata do link, conforme o exemplo abaixo:
Leia mais em nosso blog: Dicas práticas de acessibilidade digital para seu produto.
Nesse caso, o link está em todo o título do post em nosso blog, dando contexto para quem utiliza o leitor de tela.
Dicas práticas de acessibilidade digital para seu produto. Leia mais.
Neste caso, o link “Leia mais” não dá o contexto exato do link para o post em nosso blog.
Clique aqui para ler o post em nosso blog.
Neste caso, o link também não dá o contexto do conteúdo do post em nosso blog.
É importante levar em consideração essas dicas também para textos em interfaces que direcione para links, lembrando de testar a acessibilidade do seu post sempre que possível.
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